5.11.2018

[Crônica] Por ti que nunca me abandonaste


Me lembro de uma certa vez que minha mãe me buscou de bicicleta no colégio. 
Na época me aborreci muito. Ia no bagageiro chorando, com raiva. Pois eu queria ir pra casa como todos meus colegas, de ônibus. 

Naquela época minha mãe trabalhava muito pra sustentar as três filhas sozinha. 

Naquela época eu não entendia o enorme sacrifício que era para ela sair de um dia duro de trabalho e pedalar mais de 10 km para casa, para economizar um pouco. Me levar naquele bagageiro naquele dia deve ter sido difícil. 

Admito hoje que tinha vergonha. Porque sabia das piadas que me esperavam no dia seguinte. Sabia que seria chamada de pobretona e de outras coisas, porque crianças são cruéis. 

Se eu soubesse de tudo que sei hoje eu não choraria. Ficaria grata. Porque minha mãe nunca desistiu de mim. Ela fez todo o possível para que eu (e minhas irmas) estudássemos. Para que pudéssemos ter um futuro. E para ela não importava o quão doloroso e cansativo fosse, ela sempre estaria lá. 

Hoje sou mãe de uma menina. Infelizmente ela não mora comigo, me arrependo de muitas coisas que aceitei, de atitudes que tive. Engravidei cedo. Aprendi coisas que mudaram completamente a minha visão do mundo. Hoje sei como é o aperto de sentir por um filho. Sinto falta. Sinto dor.

Mas principalmente aprendi que a minha mãe é a melhor. Porque por mais que ela sofresse ela nunca me abandonou.



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